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Nascente
CEFET-MG

Incubadora de empresas oferece apoio à inovação tecnológica

Sexta-feira, 11 de março de 2011
Última modificação: Quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

Em entrevista, o Coordenador Geral de Transferência de Tecnologia do CEFET-MG fala sobre as realizações e as expectativas do setor

     As incubadoras de empresas têm como missão acolher projetos de empreendimentos inovadores, oferecendo apoio técnico e logístico, um estímulo institucional ao surgimento de novas empresas, em ambiente planejado para acolher projetos de empreendimentos que estão começando a surgir. O professor André Luiz Gomes, Coordenador Geral de Transferência de Tecnologia, da Diretoria de Extensão e Desenvolvimento Comunitário do CEFET-MG, destaca o papel das incubadoras no desenvolvimento da cultura do empreendedorismo dentro das instituições de ensino e a contribuição delas para a melhor integração entre as funções de ensino, pesquisa e extensão.

O que é uma incubadora de empresas e como surgiu?
     Incubadora de empresas é um ambiente planejado para acolher projetos de empreendimentos que estão começando a surgir. Funcionam em um espaço físico limitado, dividido em boxes. No caso da Nascente, os empreendimentos são de base tecnológica. Buscando as afirmações do professor Doutor Gonzalo Enriquez, ex Diretor Técnico da ANPROTEC (Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores), podemos afirmar que as incubadoras de empresas e os parques tecnológicos são parte substancial dos sistemas locais de inovação tecnológica, na medida em que permitem a transferência de tecnologia entre a universidade e o setor produtivo. Nas localidades onde atuam, desenvolvem políticas para apoiar as empresas incubadas na gestão tecnológica e, sobretudo, são o centro mais importante da cultura empreendedora das regiões. Elas são estruturas desenhadas para estimular a criação, o desenvolvimento e a consolidação de empreendimentos competitivos e inovadores. As pesquisas mostram que a origem das incubadoras deu-se nos Estados Unidos em 1938. A iniciativa surgiu no trabalho de dois estudantes da Universidade de Stanford, cujos sobrenomes perpetuaram-se no mundo empresarial: Hewlett e Packard. Hoje a HP é uma empresa global. No Brasil, os primeiros empreendimentos desta natureza surgiram na década de 80, com a criação do Parque Tecnológico de Campina Grande – Paraíba e em São Carlos – São Paulo, na UFSCAR. O CEFET-MG iniciou sua experiência com incubadora com a fundação da Nascente em 27 de novembro de 1998, e com a instalação de sua primeira empresa em 28 de fevereiro de 2000.

Qual a importância das incubadoras para as instituições de ensino e pesquisa?
    As incubadoras são importantes para o desenvolvimento de atitudes empreendedoras por parte dos alunos, independentemente se vão criar empresas ou não, quando suas pesquisas aplicadas estiverem concluídas. O mercado valoriza muito a competência dos trabalhadores. Além disso, as incubadoras contribuem para uma melhor integração entre as funções de ensino, pesquisa e extensão no âmbito das instituições de ensino e pesquisa.

Como é que elas funcionam?
     As Incubadoras funcionam em espaços cedidos pelas instituições de ensino e pesquisa. Os projetos inovadores são escolhidos a partir de um processo de seleção, via editais públicos. Os projetos têm todo apoio técnico e logístico necessários para que se transformem em pequenas empresas de base tecnológica bem sucedidas.

Que tipo de apoio elas oferecem aos empreendedores?
     O apoio oferecido é técnico e logístico. O apoio técnico refere-se às orientações de Gestão Empresarial – marketing, planejamento estratégico, plano de negócios, propriedade intelectual, estratégias de comercialização, etc. Destaca-se a participação dos docentes do Departamento de Ciências Sociais Aplicadas no apoio aos projetos. Presta-se assessoria também na elaboração de projetos para participação em editais, de agências de financiamento, destacando-se FAPEMIG, FINEP. Deve-se ressaltar que, para os aspectos de propriedade intelectual, a Nascente trabalha com o apoio da Coordenação Geral de Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual do CEFET-MG – CIT. Quando necessário, os professores do CEFET-MG também colaboram em questões tecnológicas, conforme suas áreas de especialização. O apoio logístico compreende: espaço físico, telefone, energia, água, internet, mobiliário, equipamentos de informática e serviços de limpeza. A Nascente facilita ainda a construção de ótimas redes de relacionamento profissional por parte dos empreendedores.

Quem pode participar? Qual o perfil dos candidatos e que tipo de projeto é passível de ser incubado?
   O edital de seleção é público. Entretanto, a maior parte dos projetos apresentados é de alunos e professores do próprio CEFET-MG. Os candidatos, em sua maioria, têm formação superior completa ou em curso. Os projetos devem ter alguma INOVAÇÃO, para pleitear um lugar na Nascente. Essa inovação pode ser um produto novo, um produto modificado ou melhorado, a criação ou melhoria de um processo de produção ou de serviço, desenho e software.

Quais os estágios para a incubação das empresas?
    Os projetos podem participar dos programas de pré-Incubação ou de incubação. Na pré-incubação, o prazo de permanência é de 12 meses, prorrogáveis por mais 3. Os empreendedores não são obrigados a registrar empresa (CNPJ). Na capital, os participantes pagam uma taxa de condomínio de R$100,00, e no interior a taxa é de R$75,00. Na pré-incubação temos dois projetos por sala. Na incubação o prazo de permanência é de 24 meses, prorrogáveis por mais 6 meses. Os empreendedores têm que registrar uma empresa (CNPJ) até 60 dias de sua entrada na Nascente. Dispõem de sala individual e pagam uma taxa de R$300,00 na capital e R$150,00 no interior. Tanto na pré-incubação quanto na incubação os empreendedores precisam elaborar um Plano de Negócios, que, uma vez aprovado pela Nascente, credencia o projeto ou a empresa ao Certificado de Graduação.

Qual o balanço da atuação da Nascente no CEFET-MG?
    A Nascente completa 11 anos em 28 de fevereiro de 2011. Nesses anos foram desenvolvidos mais de 50 projetos nos programas de pré-incubação e incubação. Quase 100% das empresas graduadas pela Nascente ainda se encontram atuando no mercado. A maioria dos projetos foi desenvolvida por alunos e professores do CEFET-MG. Os programas de capacitação da Nascente, especialmente quanto à Gestão Empresarial, já prepararam mais de 1000 alunos, a maior parte do CEFET-MG, por meio de cursos, seminários e palestras de empreendedorismo, planejamento estratégico, marketing, inovação tecnológica, propriedade intelectual, com apoio da Coordenação Geral de Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual – CIT/CEFET-MG e elaboração de projetos tecnológicos.

Como tem sido a aceitação do projeto de descentralização da Nascente?  
   O projeto tem tido boa aceitação. Já foram implantadas as unidades da Nascente de Araxá, Divinópolis e Nepomuceno. A Unidade de Leopoldina está em fase de implantação. Algumas dificuldades têm ocorrido, em face do volume pequeno de projetos apresentados, nos processos de seleção nos municípios citados. Com o tempo e uma melhor divulgação das incubadoras do interior, este problema deve ser eliminado. Na presente data, estamos com dois editais publicados em aberto, Araxá e Nepomuceno.

Qual o perfil das empresas que estão sendo selecionadas?
    O perfil é de pequenas empresas das áreas de eletrônica, automação industrial e tecnologia da informação. Com os projetos do interior este perfil de áreas deve se alterar, como é o caso atual de Divinópolis com um projeto na área de costura industrial.

E para o futuro, quais os projetos que estão sendo elaborados pela Nascente?
     Num futuro próximo, a Nascente pretende não só ampliar o número de projetos apresentados para incubação ou pré-incubação como também diversificar a área deles, aproximando-a mais de todos os cursos do CEFET-MG. A expansão para o interior muito contribuirá para isso.
     Para tanto, foi apresentado um projeto, em recente edital da FAPEMIG, que pretende melhorar a metodologia de prospecção de projetos. Outra preocupação da Nascente é modernizar os procedimentos de trabalho, por meio do mapeamento de seus processos internos. O projeto apresentado à FAPEMIG também inclui recursos para o desenvolvimento de ações na direção da modernização organizacional e diminuição da burocracia. Espera-se, assim, consolidar a incubadora de empresas junto à comunidade do CEFET-MG, aumentando a participação dos alunos e professores, promovendo seminários, workshops e feiras tecnológicas, contribuindo, também para aumentar sua visibilidade e do CEFET-MG.  Para realizar este desafio, a Nascente conta hoje com apoio da Diretoria Geral do CEFET-MG, das Diretorias de Extensão e Desenvolvimento Comunitário, de Pesquisa e Pós-graduação, de Graduação e das diretorias de unidades. Conta também com o abnegado esforço da equipe composta por André Luiz Gomes, Alayne Carvalho, Júlio César de Paiva, Lindolpho Oliveira de Araujo Júnior, Maria dos Anjos Beirigo Cunha, Maria Auxiliadora Jacy e Washington Castro.

Fonte: TEIXEIRA, Clésio. Incubadora de empresas oferece apoio à inovação tecnológica. CEFET-MG é notícia. Minas Gerais, mar. 2011. Entrevista, p. 8.